terça-feira, 11 de março de 2014

O lado bom e o ruim das tendências

Cansamos de ouvir todos os dias a famosa perguntinha: "O que está usando?". Seguir tendência à risca é, muitas vezes, hábito comum em muitos lugares do mundo, mas no Brasil, em que a estética tem importância máxima e a autoestima do povo é baixa, isso ganha proporções homéricas.



A tendência de moda é aquilo que a indústria, de certa forma, impõe para consumo, a fim de criar giro de vendas. Pode ter um fim positivo ou um negativo: quando positivo, é baseado em comportamento social e mudanças identificadas nas pessoas comuns ou em formadores de opinião - a atualização visual daquilo que já está acontecendo em termos de atitudes e consciência; quando negativo, entretanto, tem motivações puramente comerciais, como a compra em massa de tecidos em determinadas cores a preço baixíssimo, o que acaba criando a nova cartela da temporada.



Para não nos tornamos reféns da indústria e shopaholics insanas, precisamos identificar muito bem o que, entre as tendências, nos servem de fato. E a única maneira de fazer isso bem é conhecendo nosso corpo (aprendendo a valorizar pontos fortes e disfarçar o que incomoda), nossa coloração (que paleta de cores nos deixa mais radiante) e nosso estilo (com que tipo de roupa nossa personalidade se sente à vontade). A partir daí, pinçamos apenas aquelas peças estratégicas que vão nos valorizar - de preferência a partir de um planejamento de compras, em que saímos com a ideia clara daquilo que de verdade precisamos ou buscamos.



O perigo de dar totalmente as costas às tendências, vivendo de looks marcantes aos quais nos apegamos e que não queremos largar, é criarmos uma imagem muito datada, que vai ficando para trás à medida que a moda e o comportamento evoluem. Um exemplo clássico disso são aquelas americanas sulistas de cabelão volumoso, calças de cintura alta e bolerinho (independentemente do volume do busto, um gravíssimo erro), bem à la Dolly Parton anos 1980. E o pior: em vez de manter o frescor da época escolhida, o efeito é oposto: dá um ar de não pertencimento ao presente e envelhece horrores.  



Já o risco de ir atrás de cada lançamento é viver de uma imagem tão volúvel e sem personalidade que acabamos escondendo nossa essência atrás de peças que não significam nada para nós, e parecendo uma reprodução em série.



O resumão da história é: não precisamos sair comprando tudo que é novidade, até porque não há bolso que resista, mas, por outro lado, é interessante ficamos antenadas com o que surge de novo apenas como atualização, mantendo sempre um senso crítico do que realmente pode ser bacana e como podemos usar essas peças de modo a ressaltar aquilo que gostaríamos de mostrar ao mundo a partir do nosso visual. Em outras palavras, não importa que peça você adquira nem quando ou como, desde que você se conheça e se sinta à vontade com a sua pele - e o que a cobre.


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